“Consumi dias e noites em distrações
E agora sinto grande medo.
Tão alto está o palácio de meu Senhor
Que hesito diante de suas escadas.
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Mas não posso ficar paralisado,
Se aspiro desfrutar de sua presença.
Meu coração deve ser chama pelo Amado,
Meus olhos devem ser brasas por amor.
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Kabir diz: Amigos, escutai-me!
Ele conhece o coração de quem o ama.
Se não queimardes de amor pelo Amado,
De que vos servem as cinzas sobre a testa?”
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*Kabir, grande mestre e poeta indiano do século XV, discorreu, em linguagem acessível, sobre o amor místico e a comunhão com o divino. Kabir não se definia como hindu, muçulmano ou sufi. Ele desprezava credos, denominações e ascetismos, levando a filosofia oriental a um novo rumo.
Fonte: Kabir, Cem Poemas, selecionados por Rabindranath Tagore. José Tadeu Arantes, Ed. Attar, 2 ed., 2019.