“Entre o Sem-Nome e seus nomes,
A consciência construiu um balanço.
Nele, estão suspensos os mundos,
E seu vaivém não tem fim.
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Milhões de entes balançam:
O sol e a lua em seus cursos.
Milhões de eras sucedem-se,
E o vaivém permanece.
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Terra e água, fogo e ar.
Éter e além: tudo nesse vaivém!
Nele, o próprio Senhor tomou forma.
E Kabir se fez seu servente.”
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*Kabir, grande mestre e poeta indiano do século XV, discorreu, em linguagem acessível, sobre o amor místico e a comunhão com o divino. Kabir não se definia como hindu, muçulmano ou sufi. Ele desprezava credos, denominações e ascetismos, levando a filosofia oriental a um novo rumo.
Fonte: Kabir, Cem Poemas, selecionados por Rabindranath Tagore. José Tadeu Arantes, Ed. Attar, 2 ed., 2019.